LOJA MAÇÔNICA DOA IMÓVEL A ORDEM RELIGIOSALuiz Gonzaga Marques Na cativante cidade de Formosa, Goiás, quando, por ato do segundo governo imperial, ostentava o nome de Formosa da Imperatriz, surgiu o desejo de se criar uma Loja Maçônica. A boa idéia tomou corpo, tornou-se, efetivamente, realidade, e em 13 de janeiro de 1881, foi fundada a Loja Maçônica "AMPARO DOS DESVALIDOS", a terceira (3ª) do Estado de Goiás, formada de maçons originários da Bahia e Minas Gerais. O povoado de Formosa, distante da Capital Vila Boa, sem estradas, meios de comunicação e ajuda do governo estadual, desenvolveu-se por força das circunstâncias, esforço de sua gente e, aos poucos, se firmou como importante núcleo comercial da região. Notável centro de criação de gado, construiu suas bases solidas e hoje goza de posição geográfica privilegiada, bem perto e ligada diretamente a Brasília. A Loja Maçônica "AMPARO DOS DESVALIDOS", em 18 de janeiro de 1883, filiou-se ao Grande Oriente do Brasil, recebeu o Cadastro nº 400, e prosseguiu nas suas atividades maçônicas por mais alguns anos, até abater colunas. À época, contou com nomes expressivos da sociedade formosense, teve o seu Templo erguido no Largo dos Passos, hoje Praça Pedro Chaves, em terreno adquirido pela quantia de 1.500$000 (um conto e quinhentos mil réis), de Vigilato Fernandes de Souza. (1) No ano de 1882, estava consolidada a Maçonaria no povoado de Formosa, paralelamente, na cidade do Rio de Janeiro, o padre Cláudio Gonçalves Ponce de Leão fora sagrado Bispo da Província de Goyaz, e, juntamente com outros padres franceses, veio para a sede da Diocese. Naquele mesmo ano de 1882, quis o destino que o frei Michel Laurent Berthet viesse da França para o Brasil, mais precisamente para Uberaba, Minas Gerais, Diocese da Província de Goyaz. No ano seguinte, o frei Berthet chega a Goyaz e, em companhia do Bispo Dom Cláudio, saiu numa arriscada viagem de visita canônica e de estudos, com objetivo de disseminar a Ordem de São Domingos em regiões diversas do território goiano. Com esses objetivos, percorreram as margens dos rios Araguaia e Tocantins, voltando por terra até Vila Boa, passando por localidades até então não visitadas por missionários. “Entramos em Formosa no dia de Todos os Santos. Um pequeno destacamento militar, clarim à frente, vem a nosso encontro.No dia de Finados, ninguém pede missa para os defuntos e não há vinte pessoas assistindo ao Santo Sacrifício. A Maçonaria se implantou aqui e faz enterros civis. Em meio a esta lama, encontram-se, no entanto, algumas almas verdadeiramente piedosas e predestinadas. Alguns maçons se convertem”. (2) A vida dessa Loja Maçônica "AMPARO DOS DESVALIDOS" não chegou a ser muito longa, assim mesmo desenvolveu trabalho de profundidade em prol da região, contribuiu efetivamente com o progresso de Formosa, pois sabe-se que um dos seus atos foi a doação de uma casa, no Largo de N. S. da Conceição, à Ordem dos Dominicanos.
Frei Berthet regressou à França, mas sua passagem por Formosa alcançou resultado amplamente positivo, possibilitou a instalação da Ordem de São Domingos, cujos religiosos fundaram o Convento dos Dominicanos e o Colégio São José, das Irmãs, também dominicanas, que muito vem contribuindo para formação cultural e religiosa do povo formosense e das regiões circunvizinhas, com visível apoio da Maçonaria daquele Oriente. (1) – Jornal de Formosa (2) – Memórias Goianas 1 – Universidade Católica de Goiás – 1982 Autor: Luiz Gonzaga Marques, membro da Loja Maçônica “Liberdade e União”, da Academia Goiana Maçônica de Letras, e ex-ministro do Supremo Tribunal de Justiça Maçônico. Artigo publicado no Jornal “Voz do Oriente”, GOEG, edição nº 06 de março de 1996. *Fotos: site da Prefeitura de Formosa GO
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